“E,
pondo-se a caminho, correu para ele um homem, o qual se ajoelhou diante dele, e
lhe perguntou: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?” Marcos 10:17
... “E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa:
vai, vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e
vem, toma a cruz, e segue-me.
Mas ele, pesaroso desta palavra, retirou-se triste; porque possuía muitas propriedades.” Marcos 10:21,22
Mas ele, pesaroso desta palavra, retirou-se triste; porque possuía muitas propriedades.” Marcos 10:21,22
Caminhando
pelo chão da vida, vivemos diferentes tempos e épocas, ainda que seja pequena
nossa existência nesta realidade vivemos o bastante para ver e sentir como o
tempo passa e muitas coisas mudam dentro e fora de nós. Locais que frequentávamos,
pessoas as quais o relacionamento era mais próximo, costumes e afazeres,
sonhos, propósitos, projetos e desejos enfim, na medida que avançamos no
caminhar existencial percebemos que muitas coisas perderam lugar e novas coisas
ganharam seu devido lugar.
É possível
também que muito daquilo que gastaríamos que nunca mudasse ou se desfizesse
acabam se tornando apenas lembranças, memórias de tempos e momentos passados. É
incrível como meio a tudo isso muitas coisas vão perdendo sua importância, até
mesmo palavras ou atitudes ditas ou feitas contra ou a favor de nós, já não
alegra tanto ou chateiam tanto, seja como for, a verdade é que tudo muda e
passa, não apenas fora, mas principalmente dentro.
No texto
citado acima, um jovem rico faz a
escolha de correr até Jesus e perguntar sobre o que fazer para ter a vida
eterna. Certamente este jovem rico presenciou aquele momento anterior a este
quando Jesus recebe as crianças, as abençoa e diz que a elas pertence o Reino
dos Céus, o que teriam feito aquelas crianças para merecer tal prêmio que ele
também não tivesse feito? Um observador da lei, alguém que cumpre os requisitos
da religião que pratica, quem sabe um exemplo para a sociedade e muito bem
qualificado nos padrões meritocráticos. O jovem recebe uma palavra final em que
Jesus diz que para ser perfeito teria que vender o que tem e dar aos pobres,
uma resposta inesperada, chocante e difícil de receber, ele então decide se virar e partir frustrado e triste.
Os atos de
justiça do jovem rico, seus esforços e certeza em si mesmo de ter condições de
por si mesmo e suas práticas se tornar merecedor da vida eterna, são
despedaçados e moídos, tudo o que ele fazia não era um ato de graça, pois
impactado pela graça, seria movido pela força do Espírito de Deus o
direcionando a renuncia, não de seus bens propriamente, mas o do negar-se a si
mesmo e então colocar sua confiança em Jesus Cristo e não em seus bens. O coração daquele
jovem deveria se converter a Deus e não a religião, assim pela graça e não mérito, o que ele escolheu poderia ter sido decidido naquele momento.
Atentando para
o fato de Jesus olhar para ele e o amar como diz o texto, em momento nenhum o
amor de Cristo por aquele jovem faz dele uma propriedade de Deus, o amor do Mestre
faz dele alguém livre, tão livre a ponto de sendo profundamente amado ter o
direito de decidir que caminho tomaria naquele momento, ainda que o errado. O amor
não nos faz donos de ninguém, o amor deixa livre e isto é sempre, pois o ato de
amar não nos faz possuir e nem ser possuído, não nos faz reféns assim como não
fazemos refém a ninguém que amamos.
ESCOLHAS E DECISÕES
O exemplo
do jovem rico nos mostra como a escolha
é o caminhar no chão das possibilidades, você não se compromete, pode mudar de
opinião, decidir voltar ou ir adiante enfim, é uma atitude aberta, ainda não há
definições fixadas. Vemos nisto o jovem que faz a escolha de ir até Jesus e
estar diante das possibilidades.
Já na decisão não tem volta, é um compromisso assumido que sendo certo
ou errado terá suas consequências iminentes. Na decisão não se brinca com as
possibilidades, é um passo que impacta sua vida e gera mudanças reais e aqui,
se assume o risco nela existente.
Nisto iniciamos
este breve artigo, falando sobre o tempo, sobre mudanças dentro e fora. Certo é
que com o tempo tudo muda, é nos mudamos com tempo? De forma positiva ou
negativa... é natural as coisas sofrerem mudanças, sejam pequenas ou radicais,
mas é inevitável que o curso da vida continue em frente, nos envelhecendo,
criando rugas e manias talvez, mas sempre dando chances a que alcancemos
maturidade e sabedoria.
Muito dessas
mudanças está em como estamos lhe dando com a vida... fazendo escolhas ou tomando decisões?
Deus nos
abençoes e bom caminho!
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