Acredita-se que a
milênios o carnaval é praticado, certamente de maneira diferente do que
conhecemos hoje, mas seguindo os mesmos propósitos e intenções.
Historiadores datam
as raízes do carnaval cerca de 4.000 a.C. no Egito com cultos e festejos aos
deuses da fertilidade que entendiam eles lhes conceder boas colheitas, festejos
também praticados na Fenícia celebrando a sua deusa da fecundidade assim como
na Babilônia onde era feita as inversões de papeis sociais, onde servos se
fantasiavam de senhores e senhores de servos, onde um escravo era escolhido
como rei e sacrificado ao final dos festejos, tinha ainda a liberdade sexual consentida
por todos.
Esta celebração está
presente também na Grécia por volta de 500 a. C. em cultos aos deuses da
agricultura e também em Roma as saturnais com práticas tidas como subversivas. Vê-se
também a comemoração desta festa na cultura greco-romana com prática de
bacanais, bebedeiras e entrega excessiva aos prazeres do corpo.
Estas celebrações
aconteciam claramente para festejar as boas colheitas e cultuar os deuses da
fertilidade, havia muita comida, bebida e satisfação incessante dos prazeres,
cada um festejava consciente do significado e propósito da celebração.
Com o
fortalecimento da igreja e sua centralidade no poder, o carnaval não era bem
vindo, mas como foi impossível eliminá-lo a igreja decide incorporá-lo ao
calendário cristão, sendo assim a festa que antecede a abstinência da carne, 40
dias antes da páscoa passou a ser tolerada pela igreja católica a festa então
estabelecida como Carnaval, dias de entrega aos prazeres da carne tendo em seu
término o início da quaresma, dias de jejum, oração e purificação até a
comemoração da páscoa.
Com início na
quarta-feira de cinzas, onde se diz que cinzas significa o fim das coisas como símbolo
de arrependimento e humilhação, se estendendo por 47 dias corridos onde o
domingo não é contado, a igreja católica pratica a quaresma com a satisfação de
não ter a celebração do carnaval coincidindo com os mesmo dias de sua
penitência.
A igreja fez uma
tentativa de cristianizar o carnaval, uma vez que não podia conter o que se
tornou uma manifestação cultural dos povos, claramente isto foi incabível. Em
sua transformação através dos anos o carnaval ganhou novas formas, ares e
maneiras, mantendo suas raízes mais caminhando para uma civilização a qual
conhecemos hoje. No século XX no Brasil o carnaval inspirado nos bailes
europeus toma a forma de blocos e escolas de samba e se transforma na festa
popular mais celebrada por aqui, passando a fazer parte da cultura nacional.
Entendemos que
carnaval e evangelho de Cristo não se relacionam em nada, diante do que foi
discorrido até agora, sendo você conhecedor do evangelho nada mais precisa ser
dito em razão de participar ou não desta celebração. Embora muitos estejam
dentro de igrejas e seguindo seus rituais litúrgicos semanais, seus corações
ainda parecem seduzidos pelo carnaval, não que sugerimos que muitos esquecem
suas práticas cristãs e saem pelas ruas brincando e se satisfazendo, mas pela
carência de alimento sólido e pelos ensinos fracos do evangelho em suas instituições
e também pelo oportunismo e falta de idoneidade, muitos fazem seu carnaval
particular, não nas ruas da cidade se expondo a público, mas ainda que confessando
com seus lábios a Cristo, tem seus corações mergulhados nos carnavais diários
da vida. Muitos vivem na busca pelo prazer e satisfação dos seus desejos levando
uma vida cristã mascarada, eles seguem com suas mascaras, fazendo secretamente
seus bailes carnavalescos por entre a massa, que segue cega financiando a
falência espiritual de um evangelho decadente.
Deus nos abençoe
e bom caminho!
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