quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

SURGIMENTO E SENTIDO DO CARNAVAL



Acredita-se que a milênios o carnaval é praticado, certamente de maneira diferente do que conhecemos hoje, mas seguindo os mesmos propósitos e intenções.
Historiadores datam as raízes do carnaval cerca de 4.000 a.C. no Egito com cultos e festejos aos deuses da fertilidade que entendiam eles lhes conceder boas colheitas, festejos também praticados na Fenícia celebrando a sua deusa da fecundidade assim como na Babilônia onde era feita as inversões de papeis sociais, onde servos se fantasiavam de senhores e senhores de servos, onde um escravo era escolhido como rei e sacrificado ao final dos festejos, tinha ainda a liberdade sexual consentida por todos.   
Esta celebração está presente também na Grécia por volta de 500 a. C. em cultos aos deuses da agricultura e também em Roma as saturnais com práticas tidas como subversivas. Vê-se também a comemoração desta festa na cultura greco-romana com prática de bacanais, bebedeiras e entrega excessiva aos prazeres do corpo.
Estas celebrações aconteciam claramente para festejar as boas colheitas e cultuar os deuses da fertilidade, havia muita comida, bebida e satisfação incessante dos prazeres, cada um festejava consciente do significado e propósito da celebração.
Com o fortalecimento da igreja e sua centralidade no poder, o carnaval não era bem vindo, mas como foi impossível eliminá-lo a igreja decide incorporá-lo ao calendário cristão, sendo assim a festa que antecede a abstinência da carne, 40 dias antes da páscoa passou a ser tolerada pela igreja católica a festa então estabelecida como Carnaval, dias de entrega aos prazeres da carne tendo em seu término o início da quaresma, dias de jejum, oração e purificação até a comemoração da páscoa.
Com início na quarta-feira de cinzas, onde se diz que cinzas significa o fim das coisas como símbolo de arrependimento e humilhação, se estendendo por 47 dias corridos onde o domingo não é contado, a igreja católica pratica a quaresma com a satisfação de não ter a celebração do carnaval coincidindo com os mesmo dias de sua penitência.
A igreja fez uma tentativa de cristianizar o carnaval, uma vez que não podia conter o que se tornou uma manifestação cultural dos povos, claramente isto foi incabível. Em sua transformação através dos anos o carnaval ganhou novas formas, ares e maneiras, mantendo suas raízes mais caminhando para uma civilização a qual conhecemos hoje. No século XX no Brasil o carnaval inspirado nos bailes europeus toma a forma de blocos e escolas de samba e se transforma na festa popular mais celebrada por aqui, passando a fazer parte da cultura nacional.
Entendemos que carnaval e evangelho de Cristo não se relacionam em nada, diante do que foi discorrido até agora, sendo você conhecedor do evangelho nada mais precisa ser dito em razão de participar ou não desta celebração. Embora muitos estejam dentro de igrejas e seguindo seus rituais litúrgicos semanais, seus corações ainda parecem seduzidos pelo carnaval, não que sugerimos que muitos esquecem suas práticas cristãs e saem pelas ruas brincando e se satisfazendo, mas pela carência de alimento sólido e pelos ensinos fracos do evangelho em suas instituições e também pelo oportunismo e falta de idoneidade, muitos fazem seu carnaval particular, não nas ruas da cidade se expondo a público, mas ainda que confessando com seus lábios a Cristo, tem seus corações mergulhados nos carnavais diários da vida. Muitos vivem na busca pelo prazer e satisfação dos seus desejos levando uma vida cristã mascarada, eles seguem com suas mascaras, fazendo secretamente seus bailes carnavalescos por entre a massa, que segue cega financiando a falência espiritual de um evangelho decadente.

Deus nos abençoe e bom caminho!


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