No fim do ano é
comum as pessoas estarem mais abertas a um sentimento fraternal. Não que isso
seja compartilhado por todo mundo ou que este sentimento faça parte da prática de vida de todos, mas certamente as pessoas em sua grande parte, se deixam levar pelo
clima festivo do natal.
É muito comum
também nas igrejas protestantes se ter cantata de natal, peças teatrais
encenando o nascimento de Cristo, confraternização entre irmãos, troca de
presentes, pisca-pisca, árvore de natal, entre outros enfeites. Isso não apenas nos
lares, mas também dentro de muitas igrejas.
A forma que o dia
25 de dezembro é visto meio aos cristãos evangélicos, divide opiniões. Enquanto
muitos mergulham na data com tudo que ela oferece, outros até mesmo demonizam a
comemoração natalina a taxando de pagã. Mas afinal, o natal e uma data cristá? Devemos comemorá-lo?
No final do
século IV a comemoração de natal foi introduzida na igreja, introduzida porque
não foi em observância ao nascimento de Jesus que se originalizou a comemoração
da data, mas era uma festividade já existente. Os festivais pagãos tinha no dia
25 de dezembro uma data de adoração ao deus sol, quando acontecia o solstício
de inverno que é a noite mais longa do ano no hemisfério norte. Por isso
se diz que Jesus não teria nascido neste dia, pois de acordo com a narração
bíblica, o clima na região da Judéia na noite em que Jesus nasceu era bom. Sendo assim, de acordo com estudiosos bíblicos, o menino Jesus teria o mês de outubro
como seu mais provável mês de nascimento e não dezembro, época em que estaria
frio e chuvoso.
Temos também muitos
que buscam as origens dos símbolos natalinos para explicar o porque não se
deveria comemorá-lo. A árvore de natal por exemplo, que tem a mais notável simbolização. Ela é um pinheiro nas fábulas babilônicas, uma palmeira para os egípcios e para os romanos, uma árvore chamada abeto. O abeto também faz parte de uma lenda meio aos
escandinavos. Eles contam que o seu deus odim dava presentes de natal para
aqueles que se aproximavam da árvore nesta época. Percebe-se então, que as origens dos
símbolos natalinos estão mergulhados na representação pagã.
Citamos também rapidamente, são Nicolau, que na tradição europeia era uma figura lendária que distribuía presentes
no natal. Segundo se conta, ele foi um homem caridoso que serviu de inspiração para
criar o tão conhecido papai noel.
Não podemos
deixar de citar também a grande influência da mídia como um todo, sugestionando
a grande massa construindo a ideologia de uma época mágica, um dia familiar de
sonhos, onde as fantasias tornam-se reais. Eles exploram ao máximo a data e a
torna o mais comercial possível. Dos séculos passados até a pós-modernidade
onde cada vez mais o consumismo domina a mente do homem, o natal não precisa mais ser explicado ou ter
sua ideia vendida. Ele já está mais do que consolidado na mente coletiva. Essa ideia flutua pelo ar como um vírus, ela contagia a maioria e desperta um
sentimento condicionado conhecido como espírito natalino.
Diante destes
pontos, o que dizer da comemoração de natal? Seria então pecado
comemorá-lo? Aqueles que se rendem as belezas das luzes com cenários que despertam um sentimento de contemplação, estariam
se rendendo ao paganismo?
É verdade que em
fim de ano as pessoas lembram mais uma das outras, dos familiares, dos amigos e das pessoas
a margem da sociedade. Lembram também de Cristo e de seu nascimento, mas a
grande maioria não sabe o significado da encarnação de Cristo e seu plano
salvífico para a humanidade. Assim como há este desconhecimento quanto a Jesus, há também quanto ao paganismo. A grande maioria enxerga o natal como uma
festa para reunir a família, não conhecem o paganismo praticado nesta data a
tempos atrás.
O natal é uma
bela época, onde quando se fala de Cristo e anuncia o seu amor, as pessoas estão
mais receptivas para esta mensagem. Não ignoramos a verdade e necessidade de
viver no mundo sem pertencer a ele e caminhar como peregrinos nesta terra. Mas não negamos também, a necessidade de estar com pessoas e em atitudes, comportamento
e prática, pregar o amor que no cristão, é real e eterno.
Este amor naqueles que ainda não foram alcançados pela Graça, é apenas um
sentimento vindo em datas festivas, que vai e vem sem gerar mudanças. Essas pessoas precisam conhecer o verdadeiro amor.
É necessário demonstrar
e praticar o amor em todo tempo. Não é o fato de ser cúmplice de mentiras e enganos, mas também não ser arrogante e intolerante. É preciso olhar para Jesus e tê-lo como único exemplo de atitude
e comportamento. Só assim podemos caminhar pelo chão da vida nos relacionando com o próximo.
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