“E
deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e
deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na
estalagem.” Lucas
2:7
A
narrativa do capítulo 2 do evangelho de Lucas, nos diz que pouco
antes de Jesus nascer o imperador César Augusto emitiu um decreto
para realização de um censo, as pessoas em todo o império Romano
deveriam ir as suas cidades para que fossem então listadas e
submetidas aos procedimentos inerentes. Maria grávida de Jesus vai a
Belém junto com José, e enquanto estava naquela cidade entra em
trabalho de parto, então eles se dirigem a uma manjedoura onde nasce
o menino Jesus. (Lc. 2:1-7)
Apesar
de a data não ser informada nas escrituras de forma direta, ficou
marcado na história o dia 25 de dezembro como o nascimento de Jesus,
o que é improvável, pois coincidindo com o censo, sabe-se que
muitos judeus viviam longe das cidades onde nasceram, eles precisaram
fazer uma viajem que pôde ter durado dias dependendo da distância,
sendo assim, este episódio não aconteceu no mês de dezembro que é
frio no hemisfério Norte, pois é perto do início do inverno o que
impossibilitaria a viajem.
Outra
questão sobre não ser em dezembro é o fato dos pastores e seus
rebanhos no campo (Lc. 2:8), eles jamais estariam no campo se fosse
inverno, assim historiadores entendem que é bem provável que Jesus
tenha nascido entre março e novembro, período de temperaturas mais
elevadas naquela região.
Mas
por que então se comemora o nascimento de Jesus em dezembro?
No
quarto século, o cristianismo se torna religião oficial do império
Romano, assim a festa realizada já a muito tempo pelo império em
adoração ao deus sol invictus, acontecia entre 22 a 25 de dezembro,
época do solstício de inverno, época em que os dias começam a
ficar mais longos simbolizando a vitória da luz sobre as trevas.
Ficou então estabelecido que este dia seria também relacionado ao
nascimento de Jesus, para que assim o sincretismo religioso atendesse
a todos unificando as datas comemorativas.
Os
cristãos que viveram antes do cristianismo se tornar religião do
estado, não comemoravam o nascimento de Jesus, e ele mesmo nunca
mencionou que se comemorasse regularmente seu nascimento, o natal
conhecido hoje como festa cristã é, na verdade, fruto de uma festa
pagã introduzida no cristianismo, ela comemora o nascimento do deus
sol invictus.
O
clima natalino encanta com as luzes, enfeites e com as pessoas mais
solícitas em busca de estar perto de suas famílias, embora nada
tenha a ver com o nascimento de Jesus, fazer uma ceia de natal e
gostar deste momentos de comemoração, não constitui num pecado
para o cristão, pois aquele que é morada do Espírito Santo adora
unicamente a Jesus Cristo, e esta festa hoje já não tem mais a
representatividade de adoração a um deus pagão, ainda que a
iniciativa para comemorar a data tenha sido espúria. Ao comemorar o
natal ninguém fica a espera da contemplação do solstício de
inverno, menos ainda estabelecendo altares de adoração pagã,
devemos sim expor a verdade sem jamais negociá-la, mas saber também
que o contexto histórico em que vivemos é outro.
Natal Literatura Teológica - Contribua
Nenhum comentário:
Postar um comentário