A mais ou menos 1.000 anos antes de Cristo,
crenças sobre reencarnação já apareciam na história começando lá pela Índia, no surgimento
de várias religiões que se alimentando do hinduísmo dizem que a alma habita
diversos e diferentes corpos durante muitos e muitos anos e até em mundos
diferentes.
Em torno de 500 a.C. Pitágoras já dizia que
a alma era imortal e que depois da morte do corpo ela renasceria e habitaria um
outro corpo, por vezes até mesmo o de um animal, seguindo este pensamento surge
também Platão dizendo que a alma poderia nascer várias vezes por um período de
até 10.000 anos até chegar a sua partida definitiva.
Este assunto ganhou grande repercussão com Hippolyte
Léon Denizad Rivail (1804-1869), que passando a se chamar Allan Kardec de quem
se considerava reencarnado, dá início ao Espiritismo em 1857.
“A
reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo
especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo”.
(Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. IV).
A reencarnação seria o desenvolvimento
intelectual e moral do ser, este processo ajudaria na evolução do espírito,
assim venceria o desiquilíbrio até se estabilizar no nível necessário para
então não mais precisar reencarnar.
Em uma visão cristã, analisaremos textos
bíblicos para então compreender se é ou não possível reencarnar.
“Nu
saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu, e o Senhor o
tomou: bendito seja o nome do Senhor.” Jó 1:21
Aqui Jó está dizendo que de onde veio tornaria
a voltar, dentro do conceito hebraico ventre e pó se relacionam, ele quer dizer
que como do pó da terra foi feito, para este mesmo pó voltaria (Gn. 3.19), o
contexto aqui é que Jó se refere ao destino após a morte, onde a existência aqui
se finda e não mais é possível retornar para cá, como no texto a seguir:
“E,
como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo.” Hebreus 9:27
Vejamos outra passagem:
“Jesus
respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não
nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.”
João 3:3
Jesus aqui não fala do nascimento do corpo,
mas sim de um nascer espiritual, onde alcançado pela Graça, o homem é
regenerado, então sendo habitado pelo Espírito Santo é lavado, limpo e
transformado, como diz em Ezequiel 36:25,26 e 27:
“Então
aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas
imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei.
E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro
de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos
darei um coração de carne.
E
porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e
guardeis os meus juízos, e os observeis.”
Vamos ler outro texto:
“E
irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter os corações dos
pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, com o fim de preparar ao
Senhor um povo bem disposto.” Lucas 1:17
Elias aqui apenas serve de exemplo para
como João cumpriria sua missão, espírito e virtude não significam reencarnação,
como podemos ler o que diz João Batista sobre ser ou não Elias em João 1.21-23:
“E perguntaram-lhe: Então quê? És tu Elias?
E disse: Não sou. És tu profeta? E respondeu: Não.
Disseram-lhe pois: Quem és? para que demos
resposta àqueles que nos enviaram; que dizes de ti mesmo?
Disse: Eu sou a voz do que clama no
deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.”
Em 2 Reis 2.11 é narrado que Elias foi
arrebatado, se não morreu, pois não existe evidências de seu desencarnar do
corpo, como pode ter reencarnado em João? Se existe um carma de Elias sobre
João Batista, o que dizer de todos os outros profetas que sofreram perseguições
de igual modo e não eram reencarnações de Elias?
Se Elias foi visto no monte da
transfiguração, quebra-se a regra, pois quem deveria ter sido visto era João
Batista certo?
Outro texto para finalizar:
“E,
passando Jesus, viu um homem cego de nascença.
E
os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus
pais, para que nascesse cego?” João 9:1,2
Seria a cegueira deste homem a lei do
carma?
Jesus diz mais adiante que: “mas isto aconteceu para que se
manifestassem as obras de Deus.” Jesus curou este homem de sua cegueira, ou
seja, o Mestre estaria quebrando as regras interferindo no carma daquele homem,
Jesus não o ajudou a evoluir, mas fez isso por ele, realizando este milagre.
Com o desejo de sermos sucintos, concluímos
aqui que na prática da vida cristã fundamentada em Jesus Cristo, reencarnação
não é um ensinamento bíblico, não existe reencarnação, crer nela vai contra o que Jesus ensinou. As escrituras nos ensinam que somente nesta vida,
uma vez nasce, vive e morre, é que devemos buscar as coisas que são do alto,
sendo justificados por Jesus e vivendo em santificação pela ação do Espírito Santo
em nós.
Não se alcança os lugares celestiais por mérito
próprio, evoluindo e aprendendo de vida em vida e praticando boas ações, mas
somente pelo sacrifício do Cordeiro de Deus, seu sangue derramado na cruz e pela
ação Regeneradora do Eterno em nós é que se pode alcançar a vida eterna.