“Portanto,
visto que pisais o pobre e dele exigis um tributo de trigo, edificastes casas
de pedras lavradas, mas nelas não habitareis; vinhas desejáveis plantastes, mas
não bebereis do seu vinho.
Porque
sei que são muitas as vossas transgressões e graves os vossos pecados; afligis
o justo, tomais resgate, e rejeitais os necessitados na porta...
...
Odeio, desprezo as vossas festas, e as
vossas assembleias solenes não me exalarão bom cheiro.
E
ainda que me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não me agradarei
delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos.
Afasta
de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas
violas.
Corra,
porém, o juízo como as águas, e a justiça como o ribeiro impetuoso.” Amós 5:11-12 e 21-24
Por volta do ano 750 a.C., a nação de
Israel encontrava-se num período de paz militar, onde seus inimigos não
ameaçavam seu território, sendo este momento muito próspero pois resultou em
estabilidade política proporcionando o expandir de suas fronteiras comerciais
gerando estabilidade econômica.
Mas adentrando no contexto de Amós,
percebe-se que este bom momento favorecia apenas os comerciantes e a corte, o
povo fica as margens desta realidade prospera de Israel, o que se via era
grande injustiça social e condições escravas para os menos favorecidos, o povo
foi levado a miséria, estavam em profunda pobreza.
Este problema social se estendia para o
declínio espiritual da nação, um governo que deveria ser teocêntrico,
entrega-se a idolatria, mantém a imagem de sua religiosidade, oferece seus
cultos e holocaustos, alegram-se com suas músicas e vivem a jactância de ser
bem sucedido, mas a prosperidade é financeira, política e comercial, Israel se
tornara pobre, miserável espiritualmente, seus líderes tornam-se corruptos,
arrogantes e amantes dos deleites que os mantém distantes da verdade de Deus.
Deus despreza suas festas, comemorações,
eventos e entretenimentos, os sacrifícios oferecidos não mais aplaca a ira de
Deus, pelo contrario, a desperta ainda mais, as suas altas vozes cantando suas
canções não são ouvidas, mas a ira de Deus se acende contra a injustiça
praticada. Como um ribeiro de águas que arrebentam impetuosas vem o Senhor
irado manifestar sua justiça.
Israel corrompida aguarda o Dia do Senhor e
o deseja, pois este dia seria sinônimo de favor de Deus, bênçãos e vitórias
concedidas a seu povo, como em outros momentos da história desta nação, mas
agora, Amós se levanta e profetiza dizendo que o Dia do Senhor que muitos
desejam não será como eles pensam:
“Ai
daqueles que desejam o dia do Senhor! Para que quereis vós este dia do Senhor?
Será de trevas e não de luz.
É
como se um homem fugisse de diante do leão, e se encontrasse com ele o urso; ou
como se entrando numa casa, a sua mão encostasse à parede, e fosse mordido por
uma cobra.
Não
será, pois, o dia do Senhor trevas e não luz, e escuridão, sem que haja
resplendor?” Amós 5.18-20
O título deste texto trás “Evangelho
Pós-Moderno” entre parênteses, pois uma séria reflexão nas escrituras,
observando os ensinos de Jesus é possível notar que a realidade do “evangelho”
no Brasil está distante do que o Mestre ensinou, jamais se deve generalizar
considerando que não existem remanescentes mantendo o genuíno evangelho vivo em
nosso país, mais o “evangelho” entre parênteses e para fazer distinção entre um
e outro.
O “evangelho” das grandes massas, das
mídias, do entretenimento, dos shows e líderes performáticos, carismáticos e
usurpadores, tem sido referência para muitos do que é ser cristão, e a verdade
do puro, simples e virtuoso evangelho de Jesus fica nos corações de alguns
poucos que manifestam o evangelho na prática do amor ao próximo, é com esses
poucos que desejamos estar em comunhão, e desses que o Brasil precisa tomar a
referência de evangelho.
Que o Eterno nos conduza!