quarta-feira, 24 de junho de 2015

ORÁCULOS DE ÁMOS: A REALIDADE DO “EVANGELHO PÓS-MODERNO”


“Portanto, visto que pisais o pobre e dele exigis um tributo de trigo, edificastes casas de pedras lavradas, mas nelas não habitareis; vinhas desejáveis plantastes, mas não bebereis do seu vinho.
Porque sei que são muitas as vossas transgressões e graves os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate, e rejeitais os necessitados na porta...
... Odeio, desprezo as vossas festas, e as vossas assembleias solenes não me exalarão bom cheiro.
E ainda que me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não me agradarei delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos.
Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas.
Corra, porém, o juízo como as águas, e a justiça como o ribeiro impetuoso.”     Amós 5:11-12 e 21-24

Por volta do ano 750 a.C., a nação de Israel encontrava-se num período de paz militar, onde seus inimigos não ameaçavam seu território, sendo este momento muito próspero pois resultou em estabilidade política proporcionando o expandir de suas fronteiras comerciais gerando estabilidade econômica.
Mas adentrando no contexto de Amós, percebe-se que este bom momento favorecia apenas os comerciantes e a corte, o povo fica as margens desta realidade prospera de Israel, o que se via era grande injustiça social e condições escravas para os menos favorecidos, o povo foi levado a miséria, estavam em profunda pobreza.
Este problema social se estendia para o declínio espiritual da nação, um governo que deveria ser teocêntrico, entrega-se a idolatria, mantém a imagem de sua religiosidade, oferece seus cultos e holocaustos, alegram-se com suas músicas e vivem a jactância de ser bem sucedido, mas a prosperidade é financeira, política e comercial, Israel se tornara pobre, miserável espiritualmente, seus líderes tornam-se corruptos, arrogantes e amantes dos deleites que os mantém distantes da verdade de Deus.
Deus despreza suas festas, comemorações, eventos e entretenimentos, os sacrifícios oferecidos não mais aplaca a ira de Deus, pelo contrario, a desperta ainda mais, as suas altas vozes cantando suas canções não são ouvidas, mas a ira de Deus se acende contra a injustiça praticada. Como um ribeiro de águas que arrebentam impetuosas vem o Senhor irado manifestar sua justiça.

Israel corrompida aguarda o Dia do Senhor e o deseja, pois este dia seria sinônimo de favor de Deus, bênçãos e vitórias concedidas a seu povo, como em outros momentos da história desta nação, mas agora, Amós se levanta e profetiza dizendo que o Dia do Senhor que muitos desejam não será como eles pensam:

“Ai daqueles que desejam o dia do Senhor! Para que quereis vós este dia do Senhor? Será de trevas e não de luz.
É como se um homem fugisse de diante do leão, e se encontrasse com ele o urso; ou como se entrando numa casa, a sua mão encostasse à parede, e fosse mordido por uma cobra.
Não será, pois, o dia do Senhor trevas e não luz, e escuridão, sem que haja resplendor?” Amós 5.18-20

O título deste texto trás “Evangelho Pós-Moderno” entre parênteses, pois uma séria reflexão nas escrituras, observando os ensinos de Jesus é possível notar que a realidade do “evangelho” no Brasil está distante do que o Mestre ensinou, jamais se deve generalizar considerando que não existem remanescentes mantendo o genuíno evangelho vivo em nosso país, mais o “evangelho” entre parênteses e para fazer distinção entre um e outro.
O “evangelho” das grandes massas, das mídias, do entretenimento, dos shows e líderes performáticos, carismáticos e usurpadores, tem sido referência para muitos do que é ser cristão, e a verdade do puro, simples e virtuoso evangelho de Jesus fica nos corações de alguns poucos que manifestam o evangelho na prática do amor ao próximo, é com esses poucos que desejamos estar em comunhão, e desses que o Brasil precisa tomar a referência de evangelho.


Que o Eterno nos conduza!