Citamos
aqui brevemente para fins de conhecimento, os Calvinistas e Arminianos, que lutam por séculos defendendo seus pontos
de entendimento. Para muitos parece não haver pensamento vivo fora destas duas
correntes, como se Deus estivesse realmente limitado ao que o homem sistematizou
sobre Ele.
O Calvinismo diz: Deus criou o homem e de
antemão escolheu (predestinou) uns
para serem salvos e outros para serem condenados. Então Deus providencia a
queda, providencia redenção e cumpre seu propósito. Deus vai em busca do eleito que pela Graça irresistível é remido e justificado. Deus é quem decide
a quem conceder esta Graça, não há participação do homem nesse processo.
O Calvinismo
apresenta cinco pontos chamados TULIP: Depravação Total, Eleição Incondicional, Expiação limitada, Graça irresistível
e Perseverança dos santos.
A salvação é para
todos os que creem e se arrependem: 1 Jo.2:2, 1Tm. 2:4, Pd. 3.9, Jo.3.16.
O Arminianismo diz: Deus criou o homem, o
homem escolheu pecar, Deus providencia salvação para todos, lhes permitindo aceita-lo
ou não (a predestinação reside na onisciência
de Deus). Deus concede sua Graça, cabe ao homem pela fé optar em aceitá-la.
Os arminianos contestando os ensinos calvinistas, afirmavam que o homem pode sim resistir a Graça, que a expiação é para todos, que a salvação pode ser perdida e outros pontos mais que eles acreditavam. Os calvinistas então se reuniram no Sínodo de Dort onde elaboraram a TULIP como resposta a estes argumentos arminianos.
O homem não é capaz de
escolher corretamente se Deus não operar em seu coração: Efésios 2:8-9, Rom.
3:23, Gal. 3:22, Fl. 2.13.
É necessário fugir dos pensamentos extremos. Partindo de Jesus Cristo em quem tudo se converge, as complexidades
se desfazem. É preciso gastar tempo se relacionando com Deus e o
conhecendo cada dia mais, este é o propósito (Ef.4.12.13). O homem se gasta
tentando explicar questões a partir de sua visão limitada. Cria sistemas para dominar por seu intelecto o que não é capaz de alcançar.
“Porque os que dantes conheceu também
os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele
seja o primogênito entre muitos irmãos.
E aos que predestinou a estes também
chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a
estes também glorificou.” Rm 8:29-30
Ser
predestinado, de antemão escolhido, não reside em escolher ou condenar alguns, a graça é desde sempre derramada sobre todos. O Pai
não criou o homem e de acordo com os acontecimentos foi resolvendo problemas,
mas em sua soberania concede ao homem percorrer os caminhos por Ele estabelecidos, a justificação, regeneração, redenção, vida pela fé... O homem está destituído, é impossível que volte para Deus se o próprio Deus assim não o
fizer. Mediante a fé em Cristo é que se chega a Deus, esta fé vem do
próprio Pai que a dá, não e algo que parte da criatura, mas do Criador.
Nossa
jornada consiste em sermos aperfeiçoados em Jesus Cristo, passando pelos
acontecimentos da existência sendo aperfeiçoados em Cristo, tendo
consciência dos desígnios do Eterno para então estarmos com Ele na eternidade.
“E nos predestinou para filhos de
adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.” Ef 1:5
“Nele, digo, em quem também fomos
feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que
faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade.” Ef 1:11
A
salvação é graça de Deus mediante Jesus Cristo, o homem nada pode fazer para alcançá-la, somente o Eterno é
capaz de concedê-la, conduzindo assim a eternidade aquele que a recebe. Se uns se salvam e outros não, não é o fato de a salvação não ter sido
dada pela graça, pois Cristo não lança fora a nenhum que se achega a
Ele. Nisto não há espaço para determinismo, somente para a onisciência que lhe permite saber tudo sobre todos de maneira atemporal. Assim em sua soberania, intervem quando como e onde quer dentro da história humana. Vejamos o episódio do endemoninhado gadareno, que mesmo não sendo judeu, ou
seja, era um gentio, estava “fora dos planos” de Jesus que veio primeiro para
os seus. Mas vemos Jesus indo até este gadareno, o libertando e regenerando e
mandando que este anunciasse entre os seus o que havia acontecido. Se naquele
momento a salvação era apenas para Judeus, por que anunciar o Reino para
gentios?
Sobre
uma mulher grega, sírio fenícia de nação que veio pedir que Jesus libertasse
sua filha. Cristo mesmo diz “não convém tomar
o pão dos filhos e dá-los aos cachorrinhos." Pela perseverança, crendo
no Cristo, aquela mulhar teve seu pedido atendido. Mais uma vez Jesus faz sinais e prodígios em
favor de um gentio. Jesus não rejeitou a mulher.
Citamos
estes textos para que entendamos que Deus não está limitado ao nosso entendimento. Não está preso aquilo que entendemos sobre Ele, mas seus atos de justiça transcendem
a consciência humana e independem dela. Falando de predestinação, o Eterno em
sua soberania age conforme seu beneplácito, sobre o qual a criatura não tem do
que se queixar ou contestar. Entendermos os feitos de Deus não é pré-requisito
para que Ele os faça, tudo é feito como, quando e onde o Pai assim o quiser.
Entendemos que esta reflexão e apenas uma
pequena fração do assunto, mas nos permite pensar em predestinação a partir das
escrituras, de Jesus Cristo e dos desígnios de Deus e não de sistemas teológicos
desenvolvidos pelo homem.
Deus abençoe e bom caminho!
Deus abençoe e bom caminho!