RESUMO
Um
olhar sincero para a igreja evangélica no Brasil notará que seu crescimento, não
se relaciona com a proclamação do Reino, não se relaciona com o que Jesus
Cristo ensinou realmente. Percebe-se que o que se chama de evangelho não e nada
mais que um incorporar do evangelho a bel-prazer, a ideologias de cunho
oportunista de falsos profetas.
Pessoas
convencidas por movimentos ditos cristãos evangélicos, se comportam como uma
manada que é conduzida para onde seu condutor quiser, neste caso um abismo que
ainda não pode ser visto, mas real e pronto a tragar a multidão que fecha seus
olhos e segue a lobos disfarçados de ovelhas.
Meio
a realidade que estamos a descrever, pode-se notar as mais bizarras loucuras,
cada vez mais desprovidas do crivo racional onde quanto mais extravagantemente
ridículo, mais sucesso faz. Neste artigo se poderá notar de forma simples e
direta, mas com propriedade teológica da analise do caso, como as ciências
humanas usadas por mentes perversas, tem sucumbido o evangelho de Cristo.
Palavras-chave:
Evangelho. Sugestionamento. Comportamento. Coletivo. Fenômeno.
INTRODUÇÃO
O
evangelho no Brasil tem se diluído cada dia mais, nesses tempos de afastamento
dos fundamentos de Jesus, o termo “evangélico” está desgastado e sem
significância real. Os falsos mestres tem conduzido a grande massa evangélica a
perda do senso crítico, esta massa por sua vez se comporta impulsionada
principalmente pelo sugestionamento que dirige o comportamento coletivo.
Surgem
nas comunidades evangélicas do Brasil os fenômenos psíquicos, que são o
conjunto de características psicológicas do individuo, os seus processos
mentais, afetados pelo oportunismo marqueteiro de homens que usam o nome de
Deus para manter seus templos empresa. Estes fenômenos enquanto algo que
emociona ou impressiona o individuo moralmente podendo dirigir seu
comportamento, fez do evangelho de Cristo algo que Jesus nunca propôs, sendo
apenas uma ferramenta ou um combustível para a ideologia do espírito humano corrompido,
se tornando um pseudo evangelho, um circo onde os palhaços não são os que estão
no picadeiro fazendo rir, mas os da plateia estupida que ri enquanto se
alimenta de heresias.
CARACTERÍSTICAS ENCONTRADAS EM DETERMINADOS GRUPOS
EVANGELICOS
Os
evangélicos se dividem nas mais diversas denominações, onde se falar de grupos
evangélicos não permite de forma alguma generalizar, sendo inegável dizer que comportamentos
dúbios em nome de Cristo se revelam mais facilmente no meio pentecostal,
neopentecostal e renovado.
Não
como via de regra, mas se faz distinção dos comportamentos entre as diferentes
ideias do que seria o culto racional, grupos como as denominações tradicionais
que zelam pela história da igreja, teriam um intelecto mais apurado, uma visão
mais racional. Os grupos renovados de certa forma tentariam mesclar os estudos
e aplicação dos fundamentos com as modas e invencionices, uma pitada de cada.
Já os pentecostais e neopentecostais, ignorariam totalmente o estudo e
fundamentação bíblica se baseando em entretenimento e as mais diversas loucuras
para agregar fiéis.
Seria
uma utopia querer classificar de forma mais detalhada e direta a multiformidade
da igreja evangélica no Brasil, mas refletindo sobre o que citamos acima, se
poderá ver onde os comportamentos se distorcem com maior frequência, ainda que
em cada um dos seguimentos seus desvios em particular se mostrem.
Nos
delimitaremos aqui a discorrer sobre o comportamento coletivo de alguns grupos
evangélicos, pessoas que individualmente se comportariam de maneira mais
consciente e crítica, mas quando em grupo, segue o rumo da multidão, se deixa
levar pelo pensamento coletivo e sem mesmo perceber se propõe a coisas que se
refletisse não faria.
O
psicólogo social francês Gustave Le Bon em seu livro “Psicologia das Multidões”
cap. 1 págs. 13 e 14 descreve o seguinte:
“São diversas as causas que
determinam a aparição de caracteres especiais nas
multidões.
A primeira é
que o indivíduo em multidão adquire, pelo simples fato do seu número, um
sentimento de poder invencível que lhe permite ceder a instintos que, se
estivesse sozinho, teria forçosamente reprimido...
A segunda causa, o contágio mental,
intervém igualmente para determinar nas multidões a manifestação de caracteres especiais
e, ao mesmo tempo, a sua orientação...
Uma terceira causa, e de longe a mais
importante, o poder de sugestão, determina nos indivíduos em multidão
caracteres especiais que são por vezes bastante opostos aos do indivíduo
isolado.”
Na
observação destes pontos se pode perceber o quanto a segunda e terceira causas
principalmente se aplicam no meio evangélico. Vejamos mais detalhadamente como
alguns exemplos de comportamentos no meio principalmente pentecostal e
neopentecostal coadunam com os citados por Le Bon.
Frisamos
aqui que o comportamento coletivo se mostra diverso em suas características,
reforçamos também que estas observações são de cunho teológico, fazendo uso da
obra de Le Bon apenas como um paralelo a ser traçado entre sua pesquisa e os
exemplos que temos nos meios denominacionais citados.
CONTÁGIO MENTAL
O Contágio
Mental parte do princípio da emoção transmitida pelo líder do grupo, emocionar
abre a mente e a torna receptiva para os então direcionamentos daquele que
lidera. As ideias na mente do líder ganham credibilidade não apenas pelo
conteúdo de sua fala, mas de que maneira este fala, a tonalidade alternada de
sua voz em momentos específicos, a maneira como se posiciona a frente e olha
com confiança para o público, seus gestos bem definidos e firmes, sorrindo ou
chorando de acordo com o ambiente que é gerado, tudo isto impressiona o ouvinte
e mexe com suas emoções.
Pode-se
destacar também que Contagio Mental enquanto o fato de influenciar fortemente
os ouvintes esta ligada ao carisma do líder, o quanto ele no seu expressar é
capaz de atrair para si a atenção e então o afeto de todos. Nem sempre o
carisma se dá pelo dom que certas pessoas têm de socializar-se facilmente sendo
queridas e admiradas, mas em algumas vezes seu carisma é a soma do fruto da
posição proeminente que ocupa com as técnicas especificas de emotização.
Destacamos
o fato de o Contagio Mental acontecer não apenas quando um grupo e contagiado
pelas ideologias de seus líderes, mas também influenciado pelo ambiente que
vive, por aquilo que ouve, assiste e lê. Mais proeminente é o contagio do
individuo pelo grupo o qual faz parte, suas atitudes, pensamentos, sua
personalidade em geral torna-se regrada a partir do meio que vive, dos
pensamentos daqueles com os quais se relaciona, etc. O indivíduo quando em
grupo é capaz de agir inconscientemente contra a sua vontade, contra princípios
e costumes antes adquiridos por meio do contagio mental.
SUGESTIONAMENTO
O
sugestionamento age na área do inconsciente coletivo levando o indivíduo a agir,
quando em grupo, de uma forma que não agiria se estivesse sozinho. Estar em
grupo, tendo o pensamento direcionado por um orador no uso de sua eloquência regada
de emocionalismo, é capaz de anular o senso crítico, como o virar de uma chave
no cérebro onde o indivíduo passa de sua personalidade consciente para a inconsciente
deixando fluir seus instintos. Já não é sua vontade e seu bom senso, costumes e
moral adquiridos ao longo de sua vida que regem suas atitudes e comportamentos (o
que de certa forma já são tipos diferentes de sugestionemento), mas sim a ideia
passada pelo seu líder que determina tudo.
Há pessoas
que não são facilmente sugestionadas, que por mais que se aplique tais induções
elas se mostram firmes no seu pensar, mas vemos estas pessoas como raras exceções
dentro do corpo cristão evangélico. Muitos destes indivíduos se afastam destes
líderes e grupos ou simplesmente são submergidos pelo pensamento da massa,
surge aí uma mente coletiva que se eleva a mente individual, como que tendo
vida própria, é compartilhada entre o grupo inconscientemente direcionando até
as pessoas com personalidades mais fortes.
COCLUSÃO
Entendemos que este artigo expõe apenas um
fragmento do todo que compõe o tema proposto. Mas o tendo como um ponto de
partida, com o objetivo de construir um pensamento sobre como as igrejas evangélicas
com suas variadas doutrinas e líderes performáticos, tem usado do controle da
mente para alcançar seus propósitos previamente formulados.
Quando
o homem toma a dianteira e decide fazer a seu modo o que chama de anunciação do
Reino, Deus se retira, e fica só a humanidade, tendo que levar suas ideologias
na força de seu próprio braço. Então para suprir a ausência do Espírito em suas
congregações inventam congressos, eventos, shows, pregações teatrais, festas e
muito mais... Ocupam os membros o máximo que podem, enchendo suas mentes de
entretenimento gospel a fim de mantê-lo emocionalmente dependente de seu
aprisco.
Nas variadas
denominações, nos teatros apresentados nos púlpitos, no exaltar do espírito
humano ao preço de usar o nome de Deus, surgem as igrejas “self-service,” onde
cada um separa só a parte que lhe interessa do evangelho, frequentando
campanhas antropocêntricas, estando presentes em cultos com os mais variados
cardápios como: dia de cura, dia de libertação, dia de virada financeira, etc. é
o homem no domínio de tudo, usando sua liturgia e determinando quando, como e
onde o Espírito deve agir.
Devido
a grande concorrência entre as igrejas ditas evangélicas, a que se mostra mais
extravagante em suas apresentações performáticas, atrai maior número de indivíduos.
Estas pessoas agregadas se tornam sugestionáveis pelo ambientes, pelas repetições
de comandos dado, pelos gritos e pulos dados pelo pregador sobre a plataforma,
então estas elas passam a sapatear, marchar, balançar braços e corpos
freneticamente num ataque histérico, histeria esta que contagia muitos ao
redor, sendo levados pelo emocionalismo. São línguas estranhas que de tão
estranhas são desconhecidas do próprio Deus, repetições de palavras emboladas
que nada dizem, pois não tem significado (deixando bem claro a inexorável
crença nos dons carismáticos, os quais em nada se relacionam com o frenesi hipnótico
e autossugestionável dos cultos neopentecostais).
De maneira
mais pudica, existem denominações usadas por Satanás que trabalham no orgulho
das pessoas, em seus desejos de serem destaques na era em que vivem, traçando
metas no cumprimento de suas cartilhas onde a meritocracia determina os títulos
e cargos que cada um pode alcançar. No oferecer de ocupações dentro das
igrejas, faz o individuo acreditar que a vida cristã é vivida quando este
atende satisfatoriamente as exigências de seus líderes. Muitos destes não se
preocupam com o que Jesus requer deles, mas se preocupam em agradar seus
líderes, sendo chamados a frente e recebendo honras por terem agido de maneira
que pudesse atender os próprios desejos de seus corações. Mas tudo em nome de
Deus.
Não
teria fim as citações de diversos acontecimentos questionáveis dentro das denominações
evangélicas, todos estes ganham forças e se multiplicam no uso de técnicas específicas
que dominam o comportamento coletivo. Os fenômenos psíquicos nas comunidades evangélicas
do Brasil ganharam forma de evangelho, de mover do Espírito, mas na verdade são
sofismas que só expressam o quanto desviada de Deus está a igreja brasileira.
“Porque o Senhor disse: Pois que este
povo se aproxima de mim, e com a sua boca, e com os seus lábios me honra, mas o
seu coração se afasta para longe de mim e o seu temor para comigo consiste só
em mandamentos de homens, em que foi instruído;
Portanto eis que continuarei a fazer
uma obra maravilhosa no meio deste povo, uma obra maravilhosa e um assombro;
porque a sabedoria dos seus sábios perecerá, e o entendimento dos seus
prudentes se esconderá.
Ai dos que querem esconder
profundamente o seu propósito do Senhor, e fazem as suas obras às escuras, e
dizem: Quem nos vê? E quem nos conhece?
Vós tudo perverteis, como se o oleiro
fosse igual ao barro, e a obra dissesse do seu artífice: Não me fez; e o vaso
formado dissesse do seu oleiro: Nada sabe.”
Isaías 29:13-16
REFERÊNCA BIBLIOGRÁFICA
Bíblia The Word
LE BON, Gustave.
Psicologia das Multidões. Universidade da França, 1985. Edição Roger Delarux. 1980,
para a língua portuguesa.
FREUD, Sigmund. Psicologia
das massas e Análise do Eu. Textos de 1920 a 1923.